Parte IV - De Innsbruck à Veneza de Trem

Impressões de uma brasileira em diário de viagem em maio de 1995

Por: Adriana Aguiar Ribeiro

Roteiro: Amsterdam (Holanda), Frankfurt (Alemanha), Zurique (Suíça), Innsbruck(Áustria), VenezaFlorença e Roma (Itália).


Ontem a neve caiu de modo insistente, dificultando os deslocamentos. A cidade estava linda, completamente branca. Por isso ficamos um dia a mais em Innsbruck, aproveitando para descansar. E agora, finalmente, estamos seguindo viagem para Veneza. Os trens lotados estão muito concorridos, devido a tanta neve que caiu nos últimos dias.

Neste trem conseguimos uma cabine vazia na primeira classe. Achei estranha tanta facilidade, pois o trem está cheio. Decepção total ao descobrir que a tal cabine estava reservada, com o nome da italiana marcado do lado de fora. O que não vimos. Tivemos que engolir a troca de cabine, depois de uma curta argumentação, em meu italiano recém-aprendido. Acabamos em uma cabine para fumantes.

Temos visto muitos cachorros viajantes, que viajam sem a mínima cerimônia, na primeira classe e sentados nas poltronas.

Em nossa cabine viaja um casal de americanos. Contaram dos filhos, com 22, 26 e 28 anos, da vida e do trabalho. Ela tem uma loja de roupas. Ele disse que trabalha fazendo bomba atômica. Perguntei se ele trouxe uma bomba nesta viagem. Estou aliviada... Pois, ele disse que deixou no último trem!!!
Já não neva lá fora. Cruzamos a fronteira com a Áustria e passamos pelo rigor da imigração. Nesta parada duas senhoras fizeram uma rápida descida e trouxeram para dentro do trem uma bola de neve. Imagino que queiram levar de recordação para casa. Aff! Pelo caminho percebo que vai diminuindo o branco intenso da neve, sendo substituído pelo gosmento e lamacento derreter do gelo.

O alto-falante anuncia: “Signora i Signori...” Meus ouvidos não acreditam! Parece que estamos em casa! Depois de dias e dias com tanto Hof, Ger, Ein, estamos ouvindo um idioma latino, finalmente. O alto-falante anuncia que o almoço está sendo servido na “carroza ristorante”. Vamos ficar por aqui e lanchar o que trouxemos da Áustria: pretzel, refrigerante e chocolates. Estamos finalmente na Itália. Aqui o trem não tem sistema de esgoto próprio e me parece, vai deixando os dejetos sanitários, trilhos mais atrás...

Parando em Bolzano me lembrei de uns hóspedes que conheci na pousada em Farol de São Tomé, no começo deste ano.  E me pergunto: o que faz pessoas saírem de um lugar escondido como este e irem parar no Brasil, especificamente no Farol de São Tomé, um ponto tão distante no planeta?

A paisagem lá fora começa a ficar mais colorida e quente, com certa magia e encanto. Já me livrei do primeiro casaco pesado. Agora tiro o pulôver de lã. Uso apenas um suéter leve no momento. Tenho impressão de que vou gostar muito da Itália!” 


Clique aqui e leia sobre este roteiro na íntegra.

Para ler mais sobre a Itália clique aqui.

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