sábado, 19 de janeiro de 2013

A magia do Deserto do Atacama, Chile



Por: Emanuele Campelo
Ah... O Atacama! Sou muito suspeita para falar do Atacama. É uma paixão quase visceral, sinto como se fosse o chamado de Pachamama ou talvez as cores do deserto, as estrelas cadentes, o Licancabur, o vulcão mais lindo que já vi. Provavelmente uma mistura disso tudo!
Quem escolheu esse destino foi meu esposo e, de coração, não esperava muito dessa parte da nossa viagem. Depois iríamos para Ilha de Páscoa ver os lindos Moais. Mas o Atacama me conquistou.
O Atacama foi o lugar mais fantástico que já visitei em minhas viagens que abrangem Ilha de Páscoa, Camboja, Laos, Vietnã, Tailândia, entre outros. Não que os outros não sejam fantásticos também, mas o Atacama é mágico. Mágico pelas pedras que cantam no Vale da Lua ou pelos cachorros gigantes que andam na rua de chão batido. Restaurantes coloridos e surpreendentes mais do que aparentavam quando se espiava pela porta. Boa comida, hospitalidade, exotismo, redemoinhos de areia, águas ferventes que brotam no chão, lagoas e montanhas dignas daquelas das meditações de aulas de yoga. Sempre que sinto um aperto no coração minha memória me leva até lá.
Estrelas cadentes são diárias. Sim, no plural. O céu mais limpo e lindo do mundo. Não é a toa que o projeto ALMA lá se instalou. Acho que é por ai, o Atacama toca sua alma, desculpe o trocadilho infame, mas é muito verdadeiro.
São vales onde se vê o verde brotar em meio à aridez de um dos desertos mais secos do mundo. Onde é possível encontrar construções impressionantes de antepassados que ali viviam nesses vales que a água da geleira corria. Onde a altitude pode ser medida por avistarem-se lhamas, alpacas ou vicuñas e pela pouca vegetação.
Na Laguna Cejar a concentração de sal é tamanha que se flutua, não se consegue afundar. Foi quase como ir ao mar morto, só que com a linda visão do vulcão Licancabur. Falando nele, é um vulcão sagrado onde anualmente se faz uma peregrinação para levar oferendas a Pachamama, a Mãe Terra. Ali você sente que a natureza não te pertence, mas que você pertence a ela.

Outro momento lindo, entre os vários que lá se encontram, foi ver o pôr do sol, nas montanhas. As cores da montanha mudando conforme o dia se despedia e aquele lugar árido, arenoso. Lindo!
No Atacama não se morre, se mumifica. Por isso uma passada no museu é imprescindível para entender mais da cultura daquele povo tão único. Hoje as múmias não ficam mais expostas e isso foi o que achei tocante, pois o guia do museu disse que essa atitude foi tomada, pois as "avós precisam descansar". Faz sentido. Tem fotos, não creio que vê-las ao vivo tornaria de fato o passeio tão mais interessante. Uma ótima atitude que demonstrou o respeito aos antepassados e sendo assim agora a visitação as múmias somente é permitida para os pesquisadores.
Continuando a viagem, quem não se impressionaria ao ver um laser que "toca" o céu, não é mesmo? Um lugar repleto de telescópios, sem prédios, com céu limpo (como em 99,9% do ano no Atacama) e dois astrofísicos para te mostrarem todas as constelações. Esse tour astronômico pode ser contratado por e-mail e além de visões fantásticas e fotos de planetas no final ainda tem um chocolate quente, pois o Atacama faz um frio considerável à noite. Outra surpresa é durante o debate de dúvidas com chocolate quente, ao usar o banheiro. Sim, recomendo-o quase como ponto turístico. Quando lá se entra uma parede é praticamente de vidro, assim como o teto e se vê estrelas além da perfeita reprodução de um quadro de Van Gogh. O máximo!
 
Por tudo isso, quando o editorial do Viajando com Puny me pediu para escrever, demorei. Pois para mim é impossível só listar os maravilhosos pontos turísticos daquele vilarejo. É quase impossível descrever tudo que lá se encontra, é necessário ir, sentir. Só assim a experiência será completa.
Agora que escrevi demais sobre toda essa minha paixão, encantamento e conexão (é quase como se o Atacama fosse um pedaço de minha alma e Pachamama me acolhesse lá), vamos às dicas práticas!

Roteiro para o Atacama na prática:

Saímos por Guarulhos e fizemos escala no Chile indo para Calama. Na viagem o pessoal do lado direito do avião foi agraciado com a visão da Cordilheira dos Andes. Foi um momento "aaaaahhh"! Sim, o avião deve ter até inclinado para aquele lado, além de que quase todo ar disponível sumiu. É lindo!
Ainda durante o vôo (fomos pela LAN), para agraciar o pessoal do lado esquerdo da aeronave (não sei se do lado direito também), se vê as maiores minas de cobre do mundo. É muito grande e vale a visão.
De Calama e seu mini aeroporto pega-se uma van para San Pedro do Atacama. E ali você começa a ver a magia do deserto, na estrada mesmo.
Ficamos no hotel Casa Don Tomas. Eles lavam as roupas gratuitamente, então não precisa encher as malas, até porque no Atacama você não fica suado. O suor evapora mesmo a temperatura não sendo alta. É lindo ver os telhados de um material que parece vime ou mesmo casas sem telhado, já que lá não chove nunca. Por isso as casas são de barro mesmo.
  

Vale a pena visitar:

  
- Mercado de artesanato de San Pedro de Atacama
- Pôr do Sol no Vale da Lua (onde as pedras cantam)
- Laguna Cejar (aquela que você boia igual no mar morto)
- Salar de Tara
- Tour Astronômico (o nome da empresa é Space e consegue-se reservar por email)
- Ojos Del Salar
- Tirar fotos com profundidade nos salares
- Alugar uma bike para ir a Quebrada Del Diablo/ Jerez
- Lagunas de Tebenchique (onde se vê o balé dos flamingos)
- Comer cazuela (um prato típico) e um cachorro quente com molho de palta delicioso (palta=abacate)
- Quem tiver tempo e quiser ir de jipe para o Salar de Uyuni é ali perto.
- Mascar folha de coca ou chupar bala de coca quando for ao Geyseres Del Tatio por causa da altitude (lindo passeio e tem que tomar banho na piscina aquecida, mesmo que esteja -5°C do lado de fora vale a pena).
- Para quem gosta tem trekking nos vulcões (eu não tinha tempo para fazer, mas muito me agradaria. O bom que agora tenho desculpa para voltar )
- Vale da Morte (ou Marte como também é conhecido)
- Visitar os povoados altiplânicos (Caspana, Lasana, Chiu-Chiu e Machuca) onde se vê muito da historia de colonização e como hoje eles são católicos, mas continuam a cultuar Pachamama.
- Pukara (significa fortaleza) de Quitor
- Salar de Atacama e Lagunas Altiplânicas

Gastronomia na região:

Sobre bares e restaurantes indico os seguintes, lembrando que a "propina" - gorjeta - é a parte:
Café Adobe – apaixonada pelo lugar, pedi um "lomo a lo pobre" com um pisco aji verde e depois um pisco sour. Cuidado, com a altitude você fica mais alto também e mais rapidamente;
La Casona – mais romântico;
La Estaka – sanduíche com molho de abacate e o local é lindo;
Paacha – pratos típicos;
Não deixe de visitar todos os estabelecimentos que parecem que não vão dar em nada. No geral eles são lindos e coloridos por dentro!
Os passeios podem ser fechados na rua principal, chamada de Caracoles. É nessa rua que tem também a loja do Tour Astronômico. Ou você pode fechar aqui no Brasil com operadoras de viagem. Fica a gosto.
Nós ficamos somente 6 dias, por isso não visitamos o Salar de Uyuni na Bolivia e não fizemos trekking no vulcão e nem o passeio de bike. Mas os demais passeios conseguimos realizar.
Espero que tenham viajado um pouco também, mas para ter uma ideia real só sentindo e indo lá! Recomendo!
Um grande beijo e até a Ilha de Páscoa!
Manu
Fotos deste post  foram gentilmente cedidas por Emanuele Campelo.

Leia outras matérias sobre o Chile clicando abaixo:
Cabo Horn: navegação severa!
Santiago do Chile

Leia sobre diversos outros destinos no Chile clicando aqui.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Explorando Fort Lauderdale, Flórida

Marina com casas e barcos
Por: Adriana Aguiar Ribeiro
Post dedicado a Isabel Wills

Iniciar o ano falando de Fort Lauderdale é começar o ano com o pé direito. O que os turistas brasileiros encontram em Fort Lauderdale, em comum com o Brasil, é o clima quente e as praias transparentes da costa leste, tão belas como as praias Atlânticas da costa brasileira!
Além disso, encontrará a sofisticação das marinas e seus iates ancorados em frente as luxuosas mansões, com a curiosidade das pontes elevadiças, que param o trânsito dos carros para dar lugar ao trânsito dos barcos.
Em Las Olas Boulevard, o charme dos restaurantes e cafés é encantador, destacando aqui o The Cheesecake Factory, pela sua comida boa e com preço acessível. Detalhe moderno é a internet wireless por toda avenida, assim como atualmente no Brasil, na Rua da Pedras, em Búzios.
Praia em South Atlantic Boulevard
Por toda a extensão da South e North Atlantic Boulevard, você encontrará maravilhosas praias para banho, surf, body board e outros esportes aquáticos.  No fim da South Atlantic Boulevard está localizado o porto de Fort Lauderdale de onde saem navios de cruzeiros, com destinos diversos, principalmente pelo Caribe. Seguindo por South Atlantic Boulevard, você encontrará o pier de Fort Lauderdale.

Curiosidade - Canine Beach

O interesse em visitar Fort Lauderdale a primeira vez foi motivado pelo filme Marley e Eu, passado em grande parte na cidade. O que chamou atenção foi o fato de existir em Fort Lauderdale uma praia exclusiva para cães. Tivemos que ir lá checar! Experiência divertidíssima. Os frequentadores são todos amistosos: humanos e caninos. Puxam conversa, mesmo que você não tenha levado seu mascote. E os cachorros convivem de forma muito tranquila e educada. As regras na praia são rigorosas: é proibido fazer xixi e cocô na água, sendo de responsabilidade dos donos dos cães manter a disciplina no lugar, assim como remover as fezes depositadas na areia.
Canine Beach fica localizada em North Atlantic Boulevar (A1A), na altura da Sunrise Boulevard.

Clique aqui e visite outros destinos na Flórida.

Curtindo as férias em Fort Lauderdale


Por: Adriana Aguiar Ribeiro 
Quando a gente gosta de um lugar tem que voltar! Pela terceira vez fomos para Fort Lauderdale. Por quê? Ah, deve ser o astral do lugar que nos atrai.
Praias com extensas áreas de lazer e churrasqueiras públicas
1º - o mar com influências do Caribe, sempre convida para um mergulho. Águas claras, tranquilas e mornas. Grande extensão de areia na beira mar. Isso somado ao intenso calor da Flórida. Perfeito para curtir uma boa praia!

2º - gente bonita e descolada pela praia, pelo calçadão e circulando por Las Olas e por toda a cidade.

3º - opções gastronômicas maravilhosas, tanto no shopping The Gallery, nos restaurantes a beira-mar e em Las Olas.

O que fizemos desta vez?

As coisas básicas que gostamos de fazer em viagens: acordamos cedo para fazer exercícios no calçadão à beira mar. O nascer de sol é lindo, o calçadão estimula as caminhadas, pedaladas e corridas. As paisagens são lindas. E depois de curtir tudo isso, nada como um bom café da manhã no hotel que vou contar aqui. Naturalmente a gente não pode perder a praia, com os dias ensolarados de Fort Lauderdale. Depois, dá para relaxar um pouco na piscina do hotel. E, finalmente, hora de sair para badalar.
 Fort Lauderdale é uma cidade verde onde se estimula o ciclismo, os esportes ao ar livre e já tem algumas ações para reciclagem de lixo (poucos estados e cidades nos USA estão preocupados com isso). Na praia há quadras para esportes e quem quiser pode preparar seu churrasco a beira mar, nas churrasqueiras públicas. Só não vale levar bebidas alcoólicas.

O programa novidade da vez foi fazer o passeio de barco pela Intercoastal Waterway. Optamos por pegar um Water Taxi, que cobre diversas áreas desta Veneza Americana formada pelos canais que ligam Fort Lauderdale à Hollywood (da Flórida). São diversos barcos e paradas variadas, percorrendo vários setores da cidade. A graça do passeio é a possibilidade de ver as mansões e iates milionários das celebridades e as pontes móveis que dão passagem para as grandes embarcações. A tripulação dos barquinhos, em troca de uma pequena gorjeta, conta aos passageiros um pouquinho da história de cada casa por onde passa. E no caminho os passageiros podem subir e descer quantas vezes quiserem (no estilo hop-on-hop-off) para visitar os museus, restaurantes, galerias e parques espalhados pelo percurso. Os bilhetes são válidos desde 10h da manhã até o término do funcionamento dos barcos (pela noite). Os preços variam desde 26 dólares para adulto até 12 dólares para crianças de 5 a 11 anos. É um passeio divertido. Vale o dinheiro pago.
Iates e mansões milionárias
Aproveitamos o Water Taxi para ir ao restaurante Pirate Republic Bar (parada 1A do Water Taxi) que já comentei aqui no blog. O restaurante pertence a um brasileiro e serve uma comida boa, com uma vista privilegiada para o canal. De lá, fomos até Las Olas, para tomar um café no Pan e Dolci, que também já falamos aqui no blog.

Las Olas é uma rua charmosa onde queremos ir sempre que voltamos a Fort Lauderdale. Seu comércio é composto de lojas, restaurantes, cafés e galerias de arte. À noite a rua é badalada e bem frequentada.  Outra boa opção de compras e restaurantes é o shopping The Gallery. Por lá também tem bons restaurantes.
Las Olas

Nesta viagem os restaurantes visitados em Fort Lauderdale foram o The Cheesecake Factory, Bubba Gump, Pan’e’dolci, Sbarro (italiano), Pirate Republic Bar. Para ler mais sobre os restaurantes onde comemos, clique aqui.
Lembrando que bebida e direção não combinam nem aqui (Brasil), nem nos Estados Unidos, para aqueles que não dispensam um bom papo, com uma cervejinha e petiscos, se for sair, vale ir a pé. Os táxi em Fort Lauderdale são meio difíceis, então outra sugestão é dar uma passada no Walgreens ou mercado mais próximo ao hotel e pegar um six Pack de cervejas e uns petiscos para degustar a beira da piscina ou na varanda do quarto. Ao comprar bebidas alcoólicas, as mesmas devem ser transportadas na mala do carro. O cumprimento das leis americanas é cobrado com rigor.

Não costumava indicar hotéis neste blog. Mas pensando bem, se é uma luta doida pesquisar e definir o melhor meio de hospedagem para as férias, por que não compartilhar a experiência com os leitores? Lembrando que não somos um blog patrocinado, nossas críticas são reais e livres de qualquer influência.

Ficamos por três noites hospedados no Best Western Plus Oceanside Inn (1180, Seabreeze Boulevard). Foi uma escolha muito acertada, pois o hotel fica localizado praticamente à beira-mar. Basta sair e virar uma ruazinha que já se encontra a areia da praia. Outro fator positivo é um ponto de Water Taxi, quase em frente ao hotel.  As dependências externas são simples, mas o hotel conta com estacionamento coberto e gratuito e a piscina, apesar de pequena, funciona bem para um pós-praia.   O café da manhã é outro motivo para a escolha: está incluído e é self service com variedades como café, leite, frutas, pães, cereais, sucos, os quentes (ovos, bacon, salsicha) no estilo americano, waffles, geleias, cream cheese, iogurtes e etc. O que não é comum em se tratando de hotéis categoria turística nos Estados Unidos. Já os quartos, seguem o bom padrão de conforto da rede Best Western. Hotéis em Fort Lauderdale não são baratinhos, mas o custo benefício deste BW compensou. Em uma próxima viagem para Fort Lauderdale repetiremos esta hospedagem.