La Chascona - casa de Neruda em Santiago do Chile

Por: Adriana Aguiar Ribeiro

Um bom programa para quem vai para Santiago do Chile nas próximas férias é conhecer La Chascona, uma das casas do poeta Pablo Neruda.

La Chascona 

Entrada da casa
Sua construção teve início em 1953 para servir de morada para Matilde Urrutia, o amor secreto do poeta Pablo Neruda na época. O nome La Chascona foi uma homenagem carinhosa de Neruda para a sua amada, devido aos seus cabelos revoltos. Chasco, em espanhol, significa susto!

No início era uma casa de dois cômodos – sala e quarto -, mas em 1955 Neruda se separa da esposa e vai viver em La Chascona, junto de Matilde. A partir de então o poeta se envolve nas obras da casa que começa a crescer ganhando cozinha, sala de jantar, biblioteca... E assim a casa fica repleta de anexos.  O arquiteto catalão responsável pelo projeto e construção da casa – Germán Rodrígues Arías, ao final da obra reconheceu que a casa acabou sendo mais uma criação de Neruda do que dele próprio. A casa foi feita para parecer um navio. Do qual Neruda se autointitulava o Comandante.

Jardins: semelhança com a Casa do Rio Vermelho, de Jorge e Zélia
Visitar a casa é reviver a história da revolução do Chile e conhecer um pouco da intimidade do casal. Em 1973, alguns dias após o golpe militar que tirou o presidente Salvador Allende do poder, morria na Clínica Santa Maria, em Santiago, Pablo Neruda. La Chascona foi objeto de atos de vandalismo da ditadura de Pinochet, ficando bastante arruinada. Mesmo assim Matilde fez questão que o corpo do marido fosse velado em sua residência, o que aconteceu com falta de energia, no escuro e com os cômodos alagados. Foram dela também os esforços feitos para reconstruir e transformar La Chascona em um museu, que hoje pode ser visitado e admirado pela gente de todo o mundo.

A relação forte desta casa com o Brasil é representada pelas constantes visitas dos amigos e escritores brasileiros Jorge Amado e Zélia Gattai. Quem teve a oportunidade de visitar o museu Casa do Rio Vermelho, antiga residência de Jorge e Zélia em Salvador, perceberá que há semelhanças nos gostos e na decoração de ambas as casas. Após a morte de Neruda, foi na Casa do Rio Vermelho que Matilde encontrou consolo, hospedando-se junto aos amigos brasileiros. 

Ao final da visita de La Chascona há uma simpática lojinha de souvenir onde podem ser encontradas algumas réplicas de objetos da casa. 

Casa cheia de anexos
Onde fica: Calle Fernando Márquez de la Plata, 192 – Barrio Bellavista
Indo de metrô: descer na estação Baquedano. Atravessar o Rio Mapocho e seguir pela Rua Constitución até o final. Uns dez minutos de caminhada. 
Horário de funcionamento: 
De terça a Domingo – não funciona às segundas-feiras
Março a Dezembro: de 10 às 18h. 
Janeiro e Fevereiro: de 10 às 19h.
Preço: 6.000 pesos por pessoa. Aproximadamente R$33,00 ou 9 dólares. Inclui o áudio-guia disponível em alguns idiomas. O sistema é interessante e descreve cada ambiente da casa. 
Para informações atualizadas acesse o site da Fundación Neruda.

Obs: não é permitido fotografar o interior da casa.

Outros museus em Santiago:
Museu Chileno de Arte Precolombino
Museu Histórico Nacional

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Nota: Barrio Bella Vista - para as noites é imperdível.  Bairro mais antigo de Santiago. O espaço mais novo é o Patio Bella Vista - um conglomerado de casas noturnas. Durante o dia, ao lado de La Chascona, há a entrada para o funicular, que sobe ao cerro San Cristóbal. Com a mais linda vista de Santiago permite acesso ao teleférico que passa sobre as piscinas públicas da cidade. Para quem tem crianças a visita ao Zoo, na descida do morro, é uma boa opção. É uma chance de ver espécimes andinas;

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