quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Coração de viajante não pode ficar aprisionado


Hoje um louco arrastou por quase 600 metros algumas dezenas de pessoas nas Ramblas, em Barcelona. Ferindo muitas, matando outras. Apavorando o turista que sai ávido por conhecer o desconhecido. Surpreendendo o morador local, que poderia estar saindo do trabalho, indo na esquina comprar um lanche, ou simplesmente fazendo um itinerário usual.

Barcelona poderia ser o destino ou a moradia de qualquer um de nós. E de repente assusta, fazendo parte da estatística dos locais que sofreram com essa onda de atentados contra todos, partindo de insanos e seus motivos incompreensíveis. Há uma semana, lá mesmo, houve uma onda de protestos contra os turistas. Pedras foram atiradas contra hotéis, entre outras manifestações. Notícias diziam que o grupo representava os moradores que se sentiam incomodados com o constante assédio dos visitantes.   Sinais de inexplicável ódio entre as pessoas. Entre as raças, os gêneros, as classes...  O mundo está estranhamente louco e habitado por grupos de pessoas intolerantes, egoístas e raivosas.


E nós, viajantes inveterados, que frequentamos as cadeiras dos aviões, lotamos poltronas dos trens, ou as cabines dos navios, ou vamos de bicicleta, de moto ou a pé, desejando cruzar limites e fronteiras, ficamos nos perguntando: devemos continuar indo? Desejando ir?

Por mais que temamos vem a resposta do fundo da alma, pois ela quer sair, não aceita estar inerte e absorta: viver é um perigo por si só! E assim, a gente pede bênção e proteção ao Divino e vai. Agradecendo ao voltar, para a suposta segurança do lar.

Será que não dá para viver em paz?

2 comentários:

O que você achou desta matéria? Compartilhe aqui sua experiência com outros leitores!